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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

EXPOINTER: CIRNE LIMA LANÇA DESAFIO DE PRODUZIR A VACA DO FUTURO

Por Vanda Araújo/vanda@safras.com.

br SAFRAS (02) O ex-ministro da Agricultura no Governo Médici (1969/73), Luiz Fernando Cirne Lima, lançou um desafio aos pecuaristas do Rio Grande do Sul na manhã dessa segunda-feira (01) hoje, na Expointer, em Esteio (RS): o de produzir a vaca do futuro.

Nas projeções do ex-ministro, a vaca do futuro terá que produzir o maior volume possível de leite - 6 mil quilos de leite/ano - e dois terneiros gêmeos machos. Com estes requisitos, a vaca do futuro atenderia, de saída, a duas exigências da pecuária moderna: alta produtividade num curto espaço de tempo e em número reduzido de hectares.

Cirne Lima foi palestrante no painel sobre Futuro do Agronegócio gaúcho, quando fez uma análise da bovinocultura de corte no estado, abordando desde componentes históricos à questão do novo sistema produtivo, que integra avicultura, pecuária e silvicultura. O ex-ministro destacou a importância das indústrias de celulose que estão se instalando no estado para a pecuária, e defendeu a necessidade de aumento da produtividade, da produção com eficiência e de valor agregado.

O painel também discutiu políticas de vacinação de aftosa, o diagnóstico da pecuária de corte no Rio Grande do Sul e alternativas de desenvolvimento do setor de maneira organizada e sustentável.

Já o palestrante Carlos Nabinger, professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), deu ênfase ao diagnóstico da pecuária de corte no estado, realizado em 2004 e apresentado em 2005, e a atual situação do setor. O diagnóstico mostra, por exemplo, que somente 8% dos produtores estão na pecuária porque querem ter lucro, porque são empresários, enquanto que o abigeato, embora fortemente combatido, ainda preocupa o setor.

Cerca de 41% das propriedades entrevistadas tiveram problemas de abigeato.

De acordo com o presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, o cenário futuro do Agronegócio no Rio Grande do Sul, traçado pelo ex-ministro Cirne Lima, passa obrigatoriamente pela integração lavoura-pecuária-floresta. Estamos com três indústrias grandes se instalando no estado, com investimentos pesados - cada uma com US$ 1 bilhão, fazendo entre 100 mil e 150 mil hectares de plantio de eucalipto - e isso vai fazer com que haja uma mudança no cenário do agronegócio no estado, enfatizou.

Na ótica do dirigente, a estrutura fundiária do estado difere do resto do país e um dos desafios está na questão produtividade. Temos uma estrutura fundiária que é diferente do resto do país. Não temos economia de escala, nossa estrutura fundiária é baseada na pequena e média propriedade e temos que agregar valor aos nossos produtos, aumentar a produtividade, defendeu, batendo na mesma tecla que o ex-ministro.

Simm também apontou outros desafios a serem vencidos, como por exemplo, aspectos de qualificação do rebanho e padronização. Cerca de 35% do rebanho gaúcho é de gado geral, não existe preocupação com um cruzamento específico, de padronização do gado. Esse diagnóstico mostrado hoje na Expointer tem feito, inclusive, com que o Rio Grande do Sul comece a fazer projeções, ver caminhos a serem desenvolvidos, enfatizou.

Outro ponto abordado, de fundamental importância para a pecuária gaúcha na opinião do dirigente, é o estabelecimento de uma política de relacionamento com regiões vizinhas. Se quisermos que o Rio Grande do Sul seja referência em defesa sanitária, teremos que ter política de relacionamento regional com relação aos estados e países que nos cercam, defendeu. Nesse contexto, citou a necessidade de maior entrosamento com o estado de Santa Catarina, livre de aftosa sem vacinação e com o Uruguai. O Uruguai, por exemplo, tem o mesmo status sanitário que o Rio Grande do Sul e exporta para os Estados Unidos, observou.

Quanto ao desafio deixado por Cirne Lima, de produzir a vaca do futuro, Simm mostra otimismo. Teremos que acionar mecanismos fundamentais como a biotecnolgia, a questão da inseminação e da transferência de embrião. Outro aspecto positivo desse desafio é que ele mostra que cada vez mais temos que ser mais eficientes, enfatiza o presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, promotora do debate na Expointer.

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