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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Kátia Abreu: inadimplência na Bunge é de US$ 250 milhões

Brasília, 20 - A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente eleita da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), informou hoje que a inadimplência dos produtores rurais junto a Bunge, uma das multinacionais que financia a atividade agrícola no País, soma US$ 250 milhões. Este valor é referente às dívidas acumuladas pelos produtores nos últimos anos, na compra de insumos e não cumprimento dos contratos de venda antecipada de grãos.
Kátia Abreu afirmou que ligou ontem para dirigentes das tradings para pedir explicação sobre a redução do volume de recursos destinados pelas empresas para o financiamento da safra. "O alto nível de inadimplência freou os financiamentos e trouxe insegurança para este tipo de negociação", disse a senadora.

Segundo ela, a multinacional informou que 80% da restrição é resultado da crise do passado, já que houve financiamento para plantio da safra passada mas não houve pagamento por parte dos produtores. "Eles me disseram que apenas 20% do problema atual é resultado da crise".

A senadora informou que as dívidas não foram pagas porque houve problemas climáticos e de perda de renda. Ela lembrou que em Goiás houve um aumento expressivo dos custos de produção, por causa incidência da ferrugem asiática na soja.

Ela disse que o risco também é alto no caso dos agentes financeiros, porque a cada renegociação o valor da dívida sobe 25%. No caso do Banco do Brasil, o percentual dos produtores rurais na categoria de risco elevado subiu de 3% em 2004 para 14,5% neste ano.

Fundo Garantidor

Kátia Abreu defendeu a criação de um fundo garantidor para permitir o plantio da safra 2009/10 como forma de suprir a falta de crédito resultante do aumento de risco da atividade agrícola. O dinheiro para o fundo sairia do caixa do Tesouro Nacional e seria usado no caso da necessidade de pagamento dos financiamentos do produtores rurais.

De acordo com ela, com o fundo, o risco da atividade cairia, o que permitiria a retomada do fluxo de crédito para o setor. A senadora também defendeu a definição de uma política para o setor rural baseada no seguro de preço e de produção. "Precisamos saber se a política do governo é baseado na oferta de alimentos ou no controle de preços", afirmou. Com essa definição, ela quer uma nova renegociação da dívida do setor rural.

Ela disse que a MP 432, já transformada na lei 11.775, não resolve o problema do setor pois falta uma definição sobre o tipo de política de abastecimento e de renda. A renegociação da dívida, segundo ela, deve ser feita com base na renda bruta da atividade. "O governo prorroga a dívida por cinco ou seis anos mas não sabemos qual é a base para fazer esse cálculo", afirmou.

Custeio

A senadora defendeu também que, em períodos de crise, os recursos que originalmente são destinados às linhas de investimento sejam realocados para o custeio. Ela lembrou que na safra atual o governo prevê a liberação de R$ 10 bilhões para investimentos mas que, com a crise, ninguém vai comprar máquinas e equipamentos. Até agora, segundo a senadora, foram liberados apenas R$ 2 bilhões desta linha de investimento. "É preciso manter essas linhas mas é mais importante ter dinheiro para custear as lavouras", afirmou a senadora. Como medida emergencial, Abreu pediu a liberação de R$ 1 bilhão para o término do plantio da safra de algodão.

A nova presidente da CNA também confirmou que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que o governo estima a possibilidade de permitir o refinanciamento da dívida de investimento apenas com um aditivo ao contrato original, o que elimina a necessidade de apresentação de novas garantias de refinanciamento.

A idéia de criação do fundo, segundo a senadora, já foi discutida com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, com o presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto, e com o ministro Stephanes. (Fabíola Salvador)

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