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sábado, 24 de janeiro de 2009

Crise impõe perdas

Números divulgados ontem pelo Imea revelam que a perspectiva para 2009 é de desaceleração na atividade em MT




Dados divulgados ontem pelo Imea dão conta que a pecuária mato-grossense deverá sofrer perdas em 2009, como reflexo direto da crise

MARCONDES MACIEL
Da Reportagem

A previsão de entidades do setor pecuário mato-grossense de que a crise financeira mundial não atingiria a atividade não se confirmou. Ontem, o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) divulgou números sobre o desempenho da pecuária no Estado em 2008, apontando perdas para o setor em decorrência da crise iniciada em outubro com a eclosão da bolha imobiliária norte-americana. Mais: a perspectiva para 2009 é de desaceleração na atividade como reflexo direto da crise.

Uma das perdas mostradas no estudo do Imea está na redução de 29,26% no volume de abates, que caiu de 5,30 milhões de cabeças para 4,10 milhões no ano passado. Com isso, a produção de carne sofreu recuo de 21,60%, passando de 1,20 milhão de toneladas para 948 mil toneladas. Outro indicador de que a atividade não encerrou bem o ano é o volume disponível de carne no mercado, que encolheu de 903 mil toneladas em 2007 para 227 mil toneladas no ano passado, representando um declínio de 20,22% no período.

“Mesmo assim, podemos avaliar 2008 como um ano de ganhos para o setor porque tivemos a recuperação nos preços da arroba e já percebemos que os insumos começaram a baixar”, analisa o presidente da Associação dos Criadores do Estoado (Acrimat), Mário Cândia de Figueiredo.

“2008 foi um ano marcado pela falta de boi para a abate”, diz o analista Otávio Celidonio, lembrando que uma das conseqüências foi o alto índice de abate de matrizes (fêmeas), que no primeiro trimestre do ano atingiu a taxa de 47%. “Depois tivemos um declínio, com o desfrute caindo para 39% no segundo trimestre e para 31% no último período do ano”.

REBANHO – Os analistas do Imea ficaram surpresos com os números do rebanho bovino mato-grossense, mantido em 26 milhões de cabeças em 2008 segundo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). “Na verdade, esperávamos uma queda em função do histórico de abate de matrizes nos últimos anos”, lembrou o superintendente do Imea, Seneri Paludo. De acordo com ele, uma das explicações pode estar na expansão do rebanho de matrizes, que aumentou 400 mil cabeças em 2008.

PERSPECTIVAS – Para 2009, o Imea faz algumas previsões conservadoras para o setor pecuário. “A volatilidade dos preços deve continuar, com a cotação da arroba não ficando muito distante dos patamares praticados em 2008, apesar do aumento das exportações previsto pelo Usda”, afirma Paludo.

Segundo o analista Otávio Celidonio, os frigoríficos continuarão em dificuldades, “tanto pela oferta restrita quanto pela dificuldade de acesso ao crédito”. O Imea prevê que o setor de carnes – frango, suíno e bovino – será pressionado pela crise e redução da demanda, e o abate total de animais – especialmente de fêmeas – deve continuar baixo.

O presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Estado (ACN/MT), José João Bernandes, entretanto, não acredita que o abate de matrizes se manterá em baixa este ano. “Acho que a pressão [para se abater fêmeas] será maior em 2009, pois a crise já está chegando ao produtor. E a moeda que ele terá para transformar em dinheiro serão as matrizes”.

Ele acredita que em 2009 os índices de descarte de matrizes podem retornar aos patamares de 40%, registrados nos últimos anos. “2008 foi um ano atípico para a pecuária. A crise já está afetando a cadeia pecuária e os produtores devem se manter cautelosos”, recomendou.

Bernardes prevê uma “desaceleração da atividade” em função da conjunta e do nível de oferta, que deverá continuar baixo em 2009.

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