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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Brucelose - Vacinação será obrigatória no Ceará


Bovinos e bubalinos terão de ser vacinados contra a brucelose. Em 2008, já são 77 casos verificados em animais

Fortaleza. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) deve publicar até o fim deste mês portaria oficial tornando obrigatória a vacinação do rebanho bovino e bubalino do Estado contra a brucelose. Para imunizar bois e búfalos da doença que ataca as duas espécies e também os seres humanos, os criadores desses animais terão de vacinar todas as fêmeas entre três e oito meses de idade.

Entre outros problemas, a brucelose pode causar infertilidade e diminuição da produção de leite e de carne entre os animais, levando à necessidade de sacrificá-los. No homem, a doença pode provocar infertilidade e, nos casos mais graves, problemas no coração, nos rins e no fígado. De acordo com dados da Adagri, já foram registrados 77 casos de brucelose animal no Ceará em 2008 até o último mês de abril.

Extensão

Segundo o chefe do Programa de Brucelose e Tuberculose da Adagri, Cícero Emerson Moreira, a extensão da doença no Estado é bem maior, pois a maioria dos produtores não comunica a ocorrência da doença ao órgão de defesa agropecuária. A exigência da vacina é uma ação que busca mudar essa realidade. A imunização permitirá que as fazendas estaduais pleiteiem o certificado de propriedade livre de brucelose junto à Adagri e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Atualmente, apenas 41 propriedades rurais em todo o Brasil são certificadas contra a brucelose. Dessas, apenas três estão situadas no Nordeste, sendo duas no Estado do Bahia e uma no Ceará, no município de Horizonte. Conforme Moreira, outros seis grandes produtores cearenses já pediram a certificação e, caso comprovem a erradicação da doença, devem ser contemplados até o próximo mês de junho.

As seis fazendas do Grupo Edson Queiroz (GEQ) também entrarão com pedido de certificação de imunidade à doença. Duas propriedades orgânicas da empresa serão as primeiras. Conforme o gerente das Fazendas do GEQ, Henrique Jorge Braga, anualmente, todas as fêmeas entre três e oito meses do rebanho do grupo, composto por 35 mil cabeças de gado, são vacinadas contra a brucelose.

Braga considera que a obrigatoriedade da vacina é uma medida tão importante quanto a proteção contra a febre aftosa, já exigida há vários anos. “Comercialmente, o selo é um agregador de valor. Quanto mais animais bem tratados você tem, melhor”, considera ele, citando, como problema, o fato de vários criadores deixarem de vacinar o rebanho devido à falta de condições financeiras.

De acordo com Emerson Moreira, a certificação de propriedade livre de brucelose vale por um ano. O processo de obtenção do selo dura 270 dias e consiste em três análises do sangue dos animais. Nas duas primeiras, o diagnóstico é feito pelo veterinário da fazenda, que deve ser registrado junto à Adagri. A primeira é feita entre 30 e 90 dias após o pedido. A segunda, em até 180 dias. Nessas fases, os animais diagnosticados com a doença devem ser isolados do restante do rebanho. Na última fase, os exames são feitos por técnicos do Mapa e da Adagri. Se nenhum animal estiver doente, a propriedade recebe o selo. Caso haja ocorrência da moléstia, o processo deve ser reiniciado desde a primeira etapa.

Dificuldades

Um das dificuldades para o controle da doença, na opinião do gerente de controle da brucelose da Adagri, é o desconhecimento dos produtores acerca dos perigos da doença. Outro problema, para ele, é a inexistência dos Serviços de Inspeção Municipal (SIM) nos municípios do interior. Moreira explica que, em todo o Estado, só há seis abatedouros regularizados junto à Adagri, situados no município de Maracanaú. Quando há casos de brucelose animal na região metropolitana, os animais são trazidos para esses locais, a fim de se verificar a possibilidade de alguma parte da carne ser aproveitada.

Em alguns municípios mais distantes, porém, a carne dos animais é consumida mesmo doente, um problema de saúde pública, visto que o correto seria sacrificá-los. Moreira considera que às vezes os criadores não tomam ciência de que o animal está doente, pois o diagnóstico da doença é difícil: “O ideal seria que cada cidade tivesse um abatedouro com um veterinário capacitado para fiscalizar as propriedades”.

Poucas farmácias

O problema da falta de abatedouros pode ser atenuado com a construção e a reativação de oito deles em vários municípios, entre Caucaia, Paraipaba, Juazeiro do Norte e Iguatu. Mesmo assim, os criadores terão de superar outro problema: atualmente, segundo Emerson Moreira, há apenas duas farmácias veterinárias que vendem a vacina contra a brucelose, ambas situadas em Fortaleza. Porém, ele acredita que, conforme houver aumento da demanda, as casas veterinárias do Interior vão adquirir as doses, que só podem ser aplicadas por veterinários cadastrados.

FIQUE POR DENTRO

Animal pode passar doença para o homem

A brucelose é uma zoonose causada pela bactéria ´Brucella abortus´. Para combatê-la, é preciso imunizar todas as fêmeas de bovinos e bubalinos entre 3 e 8 meses com a vacina B19, que só pode ser vendida com prescrição veterinária. Os machos não precisam ser vacinados, mas podem ser contaminados. Nos animais, a doença causa abortos, infertilidade e diminuição da produção. No homem, causa febre, suores, calafrios, dores de cabeça, perda de apetite e, nos casos mais graves, problemas nos rins, coração e fígado. Apesar de não ser fatal, pode durar meses e até anos. A transmissão para o homem se dá por ingestão de carne, leite ou queijo contaminados. Pode ser contraída também por contato com o animal.

ÍCARO JOATHAN
Especial para o Regional

Mais informações:
Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri)
(85) 3101.2500

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

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