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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Agricultura familiar emprega 80% dos trabalhadores do campo no Paraná

A propriedade rural familiar emprega 80% dos trabalhadores do setor agropecuário paranaense, aponta estudo realizado pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A agricultura familiar emprega 780 mil pessoas no Estado. A pesquisa também aponta que os empregos permanentes no campo superam o número de contratações temporárias. De 220 mil assalariados rurais, 120 mil têm vínculo empregatício permanente — ou seja, trabalham o ano todo, e não apenas durante a safra.

O estudo Características das Ocupações da Agropecuária Paranaense — cuja primeira etapa o Ipardes concluiu na quinta-feira (24/07) — analisa o mercado de trabalho no campo a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A edição mais recente da pesquisa foi produzida e divulgada pelo IBGE em 2006.

A Pnad aponta que, em 2006, o Paraná tinha 5,4 milhões de pessoas no mercado de trabalho — 20% delas estavam empregados na agropecuária. Entre 2002 e 2006, o cultivo de fumo e cana-de-açúcar, a extração de madeira e a criação de bovinos foram as atividades que tiveram maior crescimento no número de pessoas ocupadas. Por outro lado, a mecanização nas culturas de soja e milho diminui o número de empregos nessas lavouras.

O Ipardes apurou que a produção agrícola mantém-se como principal demandante de trabalho no Paraná, responsável por cerca de 65% do total das ocupações, com destaque para as lavouras temporárias. A produção animal contribui com cerca de 30% do total de ocupados — aí incluídos a criação de bovinos de corte e de leite, aves e suínos. A terceirização na agricultura e outras atividades, tais como silvicultura e pesca, apresentam discreto crescimento nas geração de postos de trabalho, e representam 5% do total de pessoas ocupadas na agropecuária.

A bovinocultura é a principal atividade econômica no mercado de trabalho da agropecuária paranaense — emprega 25 de cada 100 assalariados no campo, ou mais de 190 mil pessoas em 2006. A criação de bovinos, o cultivo de fumo, cana-de-açúcar e a extração de madeira geraram cerca de 82 mil novas ocupações no período 2002 a 2006. O estudo mostra ainda que caiu discretamente o número pessoas ocupadas na agropecuária paranaense — de 1,07 milhão em 2002 para 1,04 milhão em 2006 —, devido principalmente à redução da mão-de-obra empregada nas lavouras de soja e milho.

Em 2002, as atividades ligadas ao milho e à soja geravam cerca de 251 mil ocupações, numero que se reduziu para 151 mil em 2006, indicativo de que essas culturas aprofundam sua mecanização. Apesar da queda no número de ocupados, essas duas atividades continuam sendo as que mais empregam mão-de-obra no Estado. A economia paranaense ainda é fortemente influenciada pela receita de exportação dessas commodities.

Os ocupados com a lavoura de fumo representam cerca de 16,2% do total de pessoas ocupadas em lavouras temporárias no Paraná em 2006. O Ipardes observou crescimento significativo do número de ocupados, que passou de 43,4 mil pessoas em 2002, para 63,3 mil pessoas em 2006. Nesta atividade, há participação predominante da agricultura familiar, com mais de 90% de ocupados por conta própria e membros não-remunerados de unidade familiar.

A lavoura de cana-de-açúcar, atividade maciçamente empresarial, emprega assalariados permanentes em cerca de 80% das vagas que cria, mediante contratos de trabalho para o período de safra, que se estende de abril a dezembro. Parte dos ocupados é contratada para o corte da cana diretamente pela usina de açúcar ou de álcool. Entre 2002 e 2006, entretanto, observou-se o crescimento das ocupações de assalariados rurais contratados pelos empregadores rurais e queda das ocupações através de contratos com as usinas.

A produção de hortaliças, embora contribua com apenas 5% do Valor Bruto da Produção do Paraná, responde por cerca de 21,2% do total de ocupados na agricultura. Na produção de hortaliças há dois segmentos de trabalhadores: aqueles que produzem para consumo próprio e outros para os quais esta é a atividade econômica preponderante, sendo os principais responsáveis pela produção estadual de hortaliças.

O café também se mostrou atividade relevante para a absorção de trabalho, com a ocupação anual de 40 mil pessoas, metade das quais em empreendimentos da agricultura familiar. Com o modelo tecnológico do café adensado, há expectativa de renovação e recuperação da cafeicultura paranaense, que chega a representar mais de 60% das ocupações em lavouras permanentes no Estado.

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