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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Brasil / Embrapa quer ‘turbinar’ mandioca

Rio de Janeiro - Em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), cerca de 50 países da América Latina, Ásia e África participam de projeto para aumentar o teor nutricional de alimentos como a mandioca, também conhecida como macaxeira e aipim.


Os pesquisadores já conseguiram aumentar de quatro microgramas por quilo para 12 microgramas por quilo o teor de betacaroteno nas raízes da mandioca. A meta é chegar a 15 microgramas por quilo. O betacaroteno é uma espécie de precursor da vitamina A. A mandioca é uma das principais fontes de betacaroteno e de energia para cerca de 500 milhões de pessoas, principalmente nos países mais pobres e em desenvolvimento.


O pesquisador da Embrapa José Luiz Viana de Carvalho destacou a importância do estudo para a biofortificação de alimentos básicos na dieta do brasileiro, como a mandioca, porque a falta de vitamina A acarreta problemas de visão que podem levar até a cegueira total. “A vitamina A atua diretamente no funcionamento da visão e no sistema imunológico do ser humano.”


Segundo ele, no caso do Brasil, os benefícios da biofortificação da mandioca serão úteis principalmente para a região Nordeste, onde existe uma carência grande dessa vitamina.
Para os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o ideal é estender a cultura da mandioca biofortificada para todo o país, embora a base do projeto sejam os agricultores de baixíssima renda e reduzida condição tecnológica, que vivem em áreas marginais. Os pesquisadores envolvidos no projeto, que começou em 2003, têm ligação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).


O pesquisador ressaltou que o aumento do teor de ferro e zinco na mandioca contribuiria para combater a anemia, que, para ele, é a maior deficiência nutricional no mundo. “O que mais falta no mundo é ferro na alimentação.” Aliado ao zinco, o ferro reduz a anemia, aumenta a capacidade de trabalho, impede o retardo no desenvolvimento e fortalece o sistema imunológico.
Com isso, as pessoas que consomem alimentos básicos terão uma fonte nutricional mais potencial, em termos de qualidade, afirmou o pesquisador. “Não se trata de fazer apenas enchimento, de dar somente massa, e sim de dar massa com uma estrelinha a mais.”


O ciclo de produção da mandioca, de um ano, é bem maior do que o de outras culturas básicas na dieta do brasileiro, como o arroz, o feijão e a batata-doce, que têm safra de quatro meses. Por isso, o trabalho com a mandioca deve ser concluído em 2013 ou 2014, explicou o pesquisador.
Carvalho informou que, enquanto não se finaliza o projeto de fortificação da mandioca, estão sendo feitos testes em Sergipe e no Maranhão, estados com índices nutricionais mais baixos do país. Esses testes, que deverão ser concluídos no ano que vem, mostrarão quais os impactos sociais e econômicos da mandioca fortalecida. (ABR)

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