Carnes: conferencia de confinadores reúne especialistas de vários paises

SAFRAS (20) - A análise comparativa entre os sistemas de produção brasileiros e o de outros países que atuam como fornecedores de carne para o mercado mundial fará parte da programação da 1a Conferencia Internacional de Confinadores (InterConf), evento que acontece entre os dias 16, 17 e 18 de Setembro, em Goiânia (GO). O tema será abordado por especialistas internacionais convidados pela Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), entidade promotora da InterConf.

Logo após a palestra de abertura que será ministrada pelo Prof. Dr. Geraldo Sant'Ana de Carmargo Barros, coordenador do Cepea/Esalq/USP, sobre a "Economia Brasileira e os Desafios do Brasil no Contexto Global", terá início a apresentação do Prof. Herman Palau, da Universidade de Buenos Aires (Argentina) e do consultor norte-americano John S. Nalivka, da consultoria Sterling Marketing Inc. abordando os sistemas mundiais de produção da carne bovina "Custos e Potencial" e fazendo a análise comparativa.

Os especialistas irão apontar as deficiências e sinergias dos sistemas de produção em países onde o confinamento tem papel importante no contexto da produção pecuária. A abordagem deles mostrará ainda como funciona a questão da valorização constante da terra e seus efeitos na produção, além de debater os efeitos da elevação dos preços dos grãos para o confinamento.

Segundo Juan Lebrón, diretor operacional da Assocon, o crescimento acelerado da demanda mundial por carne bovina, inclusive de países e economias emergentes, e o elevado nível de exigências ambientais e sociais, obriga os grandes fornecedores mundiais, como o Brasil, a otimizar sua produção. E isso, ele diz, passa necessariamente pela criação em regime de confinamento.

Na segunda parte do painel "Custos e Potencial", a analista da indústria da carne, da Proand Associates Austrália PTY LTD, WiniFred Mary Perkins, fará palestra acompanhada pelo Prof. Dr. Sérgio De Zen do Cepea/Esalq/USP, apresentando um retrato detalhado dos sistemas de produção da pecuária de corte em regime de confinamento no Brasil, Austrália, EUA, Argentina e África do Sul.

Juntos, esses países produziram 27,5 milhões de toneladas de carne bovina em 2007, representando mais de 50% do volume mundial (54,5 milhões de toneladas).

No caso específico do Brasil o salto tanto quantitativo quanto qualitativo da pecuária de corte, nos últimos cinco anos, coloca o país na condição de maior exportador mundial de carne bovina em volume. Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que de cada 4 quilos de carne consumidos no planeta, um, advém de fazendas brasileiras. Isso representa um volume exportado de 2,4 milhões de toneladas de carne in natura, cerca de 20% dos abates, e divisas da ordem de 4 bilhões de dólares.

"Por esses motivos, a primeira edição da InterConf tem como proposta maior colocar os agentes da cadeia da carne, não só do Brasil, mais dos outros países que se destacam na produção, para discutir temas relacionados a produção e comercialização da carne e seus derivados, tudo isso sobre a ótica da demanda mundial por alimentos e o impacto na produção e nas questões de preservação ambiental", destaca Lebrón.

A InterConf ocorre em um momento positivo para a pecuária nacional, especialmente com a maior valorização da arroba do boi e com o avanço nas exportações de carne. A Conferência Internacional de Confinadores conta a organização da ProBiz Marketing e tem o patrocínio da Tortuga, Casale, John Deere, Pfizer, Independência S/A, Link Investimentos, Beckauser e Unibanco, além do apoio do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Escola de Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq/USP). As informações partem da assessoria de imprensa do evento.