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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Kiwi biodinâmico abre portas do mercado europeu para pequenos produtores

Com a primeira exportação de kiwi biodinâmico do Brasil para a Europa, o mercado brasileiro de produtos orgânicos alcança uma importante conquista: consolida o potencial destes produtos no mercado internacional e chama a atenção de demais compradores para a oferta segura de produtos orgânicos e biodinâmicos, cuja demanda cresce acentuadamente em muitas regiões do mundo. O sucesso deste e de outros negócios no setor vêm sendo alcançado com parcerias. Envolve a APEX-Brasil (a agência de promoção à exportação, do governo federal), o projeto Organics Brasil (de âmbito nacional), a SOS Comex (que negocia externamente os produtos) e pequenos produtores de orgânicos.

Gestões continuadas envolvendo todos estes parceiros estão garantindo a presença cada vez mais forte de produtos orgânicos brasileiros em diferentes mercados. "A profissionalização do mercado de orgânicos e a seriedade dos produtores locais - que atendem às determinações legais com as certificações internacionais exigidas - estão fortalecendo, nos mercados externos, um projeto conduzido a quatro mãos no Brasil", afirma Alethéa Macena, da SOS Comex Soluções em Comércio Exterior. "São produtores, empresas, entidades de classe e governo que, juntos, estão viabilizando o Brasil como mercado exportador de produtos orgânicos de qualidade e variedade reconhecidos", reforça ela.

Ex-incubada do Centro de Inovação Empresarial do ISAE/FGV, no Paraná, a SOS Comex vem fazendo a diferença com negociações bem-sucedidas lá fora. Sediada em Curitiba, e desde 2003, voltada para desenvolver ações personalizadas de exportação e importação, a SOS Comex tem know-how na área e experiência no mercado internacional. É uma das co-responsáveis pelo sucesso de negócios externos que produtores e empresas associadas ao projeto Organics Brasil vêm colhendo, desde 2005, em importantes mercados como Estados Unidos, Japão, Coréia e Europa. Além do embarque de kiwi biodinâmico, a SOS Comex viabilizou este ano também, o primeiro embarque de açúcar mascavo para o Japão, um dos maiores mercados consumidores deste produto no mundo.

Desde sua criação, em 2005, a Organics Brasil já contribuiu para que 60 empresas brasileiras efetivassem negócios de pequeno, médio e grande porte no mercado internacional. Com o apoio da APEX-Brasil, que garante a presença de produtores e empresas do setor em feiras internacionais, o projeto conseguiu antecipar em mais de seis meses os resultados de negociações e vendas esperados para o ano todo. Nos primeiros meses de 2008, o volume de exportações negociado entre as empresas associadas ao projeto e clientes externos superou a marca de US$ 27 milhões, projetada para o ano.

O projeto de exportação de orgânicos tem na APEX/Brasil sua principal estimuladora. A agência dá suporte para que empresas e associados ao Organics Brasil participem das feiras internacionais. Desde sua criação, o projeto também recebe apoio do Instituto de Promoção ao Desenvolvimento (IPD) e da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP). "O objetivo do projeto Organics Brasil é estimular que produtores e empresas do setor se desenvolvam neste mercado. Não financiamos projetos nem a comercialização de produtos. O que fazemos é garantir todo o suporte necessário para que estas empresas e produtores se especializem e aprimorem seus negócios, ganhando vida própria", afirma Ming Liu, coordenador do Organics Brasil.

Kiwi brasileiro

A primeira remessa brasileira de kiwi biodinâmico - certificado pelo IBD, como exige o mercado internacional - aconteceu em junho. Foram 20 toneladas da variedade Bruno embarcadas no Porto de Paranaguá (PR), e que tiveram como destino uma das maiores importadoras de orgânicos da Europa, responsável pela distribuição de orgânicos para dezenas de outros países na região.

Entregue em julho no mercado europeu, o kiwi produzido no Sítio Vale do Tigre, na região de Cerro Negro (SC), já entrou em degustação em diferentes mercados, destacando-se entre outras variedades da fruta consumidas naqueles países. Mais alongado, com maior teor de vitamina C e mais cítrico, o kiwi da variedade Bruno seguiu para a Europa com a marca do sítio impressa em selo que identifica o Brasil como origem.

Embalada em duas versões - caixas de 8 quilos e bandejas personalizadas de 400 gramas - a carga também vai ganhar o mercado com a assinatura da marca européia. Lá fora, está concorrendo com variedades mais precoces de kiwi produzidos em mercados líderes como Nova Zelândia e Itália, por exemplo. Seu diferencial, entretanto - até seis meses para ser consumido (shelf life), com a mesma qualidade e resistência, além dos teores adicionais de vitamina C -, se deve à resistência da variedade Bruno e ao sistema biodinâmico de produção.

O Sítio Vale do Tigre é associado ao Organics Brasil desde a criação do projeto, em 2005. Até o momento, é o único a conquistar a certificação de kiwi biodinâmico pelo IBD neste sistema de produção no país. O que lhe dá o direito de estampar o selo Demeter, reconhecido internacionalmente. Luismar Martins Pinto e Lucilda Pereira, proprietários majoritários do sítio, são um exemplo da persistência dos pequenos produtores em desenvolver e alcançar resultados com orgânicos no mercado interno e externo.

O casal iniciou o plantio de kiwi orgânico em 1995, colheu a primeira safra de uma tonelada quatro anos depois. O crescimento da produção não parou mais. Em 2007, foram quase 60 toneladas e este ano a previsão é chegar a 100 tons. No mercado, este crescimento associado à qualidade dos produtos e à confiança no processo de comercialização efetivado pela SOS Comex, já garantiram novos resultados. Em 2009, o Sítio Vale do Tigre deve reservar metade de sua produção para o mercado europeu. Outros produtores orgânicos estão seguindo o mesmo caminho, colocando seus produtos em mais mercados internacionais

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