O calendário de vacinação contra febre aftosa em Minas Gerais terá alterações a partir deste semestre. O Estado, que conta com dois circuitos pecuários (Centro-Oeste e Leste) vai unificar as datas. Todos os produtores do Circuito Pecuário Leste, que vacinariam o rebanho nos meses de março e setembro, passarão a vacinar os animais nos meses de maio e novembro. As novas datas são as mesmas já adotadas no Circuito Pecuário Centro-Oeste, onde não haverá mudanças. A vacinação contra febre aftosa é obrigatória.
A partir do dia 10 deste mês, os produtores do Circuito Pecuário Leste serão informados da mudança por intermédio de uma campanha da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais nas rádios, TVs e jornais. De acordo com o secretário Gilman Viana Rodrigues, a unificação dos calendários vai facilitar o trânsito de animais dentro do Estado. "Ao vender o rebanho de um circuito para outro, o produtor ficava sujeito a vacinar os animais duas vezes, no mesmo semestre, para se adequar ao calendário do circuito de destino do rebanho comercializado", explica.
Em Minas, o Circuito Pecuário Leste conta com 11 milhões de animais de 166 mil propriedades. São 530 municípios distribuídos na Zona da Mata, regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Central e Norte, além dos vales do Aço, Rio Doce, Mucuri e Jequitinhonha. De acordo com o secretário, a divisão do Estado em dois circuitos foi realizada na década de 90 por adequação aos padrões da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).
"Na época tínhamos situações diferentes no Estado. O controle contra a febre aftosa nos municípios do Circuito Pecuário Centro-Oeste estava mais avançado. Por isso, essa parte de Minas Gerais se juntou aos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e parte de Tocantins e Paraná para formar um circuito", comenta. Já o Circuito Pecuário Leste foi formado com parte de Minas Gerais e com os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe.
A divisão foi necessária também para incrementar as exportações de carne bovina das regiões que tinham controle mais adiantado. O reconhecimento do Circuito Pecuário Centro-Oeste pela OIE como área livre de febre aftosa com vacinação ocorreu no ano 2000. Já os municípios mineiros do Circuito Pecuário Leste, só conseguiram o reconhecimento um ano mais tarde.
"Hoje não existe mais diferença de condições sanitárias entre as duas áreas de Minas. Por isso, não justifica manter a divisão", explica o secretário. Segundo ele, a unificação do calendário também é um passo importante para que, nos próximos anos, todo o Estado seja considerado pela OIE área livre de febre aftosa sem vacinação. "Este novo status pode abrir outros mercados para os produtores mineiros, com a venda de carne in natura para os Estados Unidos e Japão".
OUTROS ESTADOS
A mudança do calendário também irá atingir os outros Estados do Circuito Pecuário Leste: Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O Estado de Sergipe, que também faz parte do grupo, já adota a vacinação em maio e novembro. Segundo Gilman Viana, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), a decisão da mudança foi tomada em reuniões com secretários dos Estados envolvidos.
"Quanto maior a uniformidade, maior será a eficiência do controle nacional contra a doença. Além disso, o calendário único cria uma ambiente de maior credibilidade junto ao mercado internacional". A mudança do calendário de vacinação contra febre aftosa tem parecer favorável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
FONTE
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Marcelo Varella - Jornalista
Telefone: (31) 3215-6565
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente