ÁRVORE DOS VIAJANTES

Conjunto lembra ave / Famosa pelo visual único, a planta nunca passa despercebida


Um dos primeiros missionários na ilha de Madagascar, África, certa vez empreendeu uma viagem ao interior da ilha em companhia de um nativo. Na jornada, ele foi vencido pela sede e informou isso ao seu companheiro. Este respondeu: "Existe água suficiente aqui para os viajantes, água oculta", e caminhou até algumas árvores que se pareciam com bananeiras. "Aqui está" disse ele, pedindo ao missionário que colocasse a caneca sob uma folha larga que cortou. Um fio de água pura e refrescante que estava acumulada na folha escorreu para a caneca. Eles estavam bem defronte de uma "árvore dos viajantes", como os nativos a chamam.

A árvore-dos-viajantes (Ravenala madagascariensis) é originária de Madagascar e tem o aspecto escultural e peculiar das plantas de lá. Suas folhas são enormes, como as das bananeiras, dispostas em leque. Por isso, também é conhecida como bananeira leque. Apesar se ser comumente confundida com palmeira, a árvore-dos-viajantes está relacionada com as estrelítzias (Strelitzia sp).

O conjunto formado por brácteas e flores lembra a cabeça de uma ave, com bico e crista pontiagudos. A floração ocorre no outono, e os frutos que se seguem são cápsulas marrons, atraentes para os pássaros.

De porte respeitável, pois chega a atingir 8 metros de altura, precisa de espaço para crescer bonita e ser adequadamente admirada. Pode ser utilizada isolada ou em grupos, preferencialmente em extensos gramados bem cuidados. A árvore-dos-viajantes é apropriada para grandes jardins residenciais, fazendas e parques.

Perene, deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Aprecia adubações orgânicas regulares e não é tolerante a longos períodos de estiagem. É uma planta essencialmente tropical, nativa de florestas quentes e úmidas e não tolera geadas ou frio intenso.

Famosa pelo visual único, a árvore-dos-viajantes nunca passa despercebida. Plantada isoladamente em meio aos gramados, potencializa o impacto visual. É também uma ótima opção para renques, que podem embelezar muros e paredes, principalmente para os apreciadores do estilo tropical.

Nancy Ferruzzi
Thame é engenheira agrônoma, formada pela ESALQ - USP em 1982 e proprietária da empresa Estado de Sítio.