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domingo, 24 de agosto de 2008

Tecnologia e dedicação

A profissionalização na agricultura paulista não significa apenas a utilização cada vez mais generalizada de novas técnicas, equipamentos modernos e métodos adequados de gestão. Significa também mais dedicação e atenção do agricultor. Se antes ele plantava e ia morar na cidade enquanto a natureza cuidava do resto, agora passa o dia no meio da plantação. "Produzir ficou muito caro e, se o agricultor não acompanhar de perto, o risco de perda é muito grande", diz o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria da Agricultura.

Mas a combinação de dedicação, aplicação de novas técnicas, busca de informações de mercado e utilização de variedades mais produtivas afastou o risco de perda e resultou em ganhos excepcionais de produção e produtividade. Esse é o quadro, por exemplo, no sudoeste do Estado de São Paulo, como mostrou reportagem de José Maria Tomazela publicada domingo passado pelo Estado. Empregando tecnologia de ponta, os produtores da região obtêm até 2,7 safras por ano.

Dados da Secretaria da Agricultura indicam que a produtividade do trigo na região passou de 1,5 mil para 3 mil quilos por hectare (kg/ha); a do feijão, de 1,6 mil para 2,4 mil kg/ha; a do milho, de 3,5 mil para 6,6 mil kg/ha; e a da soja, de 1,8 mil para 3,3 mil kg/ha. Mas muitos produtores alcançam produtividade bem maior do que a média.

Nas margens da Rodovia SP-258, que liga os municípios de Itapeva e Itararé e se estende na direção do norte do Paraná, as plantações de trigo mostram que a região resistiu ao avanço da cana-de-açúcar e vem conseguindo bons resultados com outras culturas. Boa parte delas é irrigada. E a irrigação, em algumas fazendas, é controlada por estações meteorológicas portáteis conectadas a notebooks. São essas estações que indicam quando a lavoura precisa ser irrigada e qual a quantidade de água a ser empregada.

A irrigação meteorologicamente dosada é apenas uma das técnicas de ponta empregadas na região. Em algumas fazendas, a escolha de variedades a serem plantadas é feita levando-se em conta não apenas as características do solo da região, como é normal, mas também as previsões meteorológicas. Sementes são resfriadas para durarem mais tempo e preservarem sua capacidade de germinação. Adubos ou fertilizantes são utilizados de acordo com as características da variedade selecionada. Pulverizadores têm piloto automático, o que evita a desnecessária repetição da operação numa mesma área, e a correção do solo é controlada pelo sistema GPS. As máquinas de plantio dispõem de sistemas que controlam a quantidade de sementes e de adubo.

Novas técnicas são testadas com freqüência e, quando apresentam bons resultados, seu uso se dissemina. Há pouco os produtores descobriram que podiam reduzir custos e aumentar a produtividade das culturas de milho se empregassem no seu plantio a semeadora utilizada na cultura de soja. As linhas de plantio do milho ficaram mais próximas, o que adensou a plantação e aumentou a colheita. Muitos agricultores substituíram o plantio convencional - no qual a terra é arada e gradeada - pelo plantio direto. Por este método, a palha do trigo depositada no solo forma uma camada que retém umidade, evita a erosão e favorece o plantio seguinte. A combinação de adensamento com o plantio direto resultou, em alguns casos, no aumento de até 15% da produção.

De nada adiantaria o conhecimento se o agricultor não estivesse disposto a utilizá-lo. "O resultado só foi alcançado porque o agricultor soube absorver e aplicar as inovações", diz o agrônomo Vandir da Silva. Os produtores procuram estar sempre atualizados. No município de Itaberá, a troca de experiências entre eles já se tornou uma rotina. Uma vez por mês os agricultores se reúnem para discutir as condições do mercado e trocar informações.

O que preocupa os agricultores é a alta dos custos de produção. Quem pagou R$ 650 pela tonelada de adubo há dois meses hoje não encontra o produto por menos de R$ 950 a tonelada. O óleo diesel - que movimenta máquinas, caminhões, secadoras, bombas de irrigação e outros equipamentos - subiu de R$ 1,70 na safra passada para R$ 2,10. E o preço da terra também subiu.

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