A Adapec – Agência de Defesa Agropecuária interditou a propriedade rural Sítio Maré Mansa, do município de Paranã, a 392 Km de Palmas, Sudeste do Estado, em decorrência de suspeita de estomatite vesicular em quatro bovinos. Além da interdição, que ocorreu na mesma data da notificação, dia 16, os médicos veterinários coletaram material para confirmação da doença em laboratório. O resultado saiu na sexta-feira, 19, e deu positivo para estomatite vesicular do tipo indiana.
Além da contenção e isolamento da área, também estão sendo feitos pela Adapec o monitoramento das propriedades rurais próximas à notificação, num raio de 10 km, e a fiscalização do trânsito de animais na região. De acordo com dados da última vacinação contra a febre aftosa, realizada em maio deste ano, o município de Paranã, que faz parte da regional de Taguatinga, tem 94.088 bovídeos.
A Diretora de Defesa Animal da Adapec, Márcia Helena da Fonseca, explica que a transmissão da doença ainda não foi bem esclarecida pela ciência, sendo que há relatos de disseminação do vírus por mosquitos. Dessa forma, todo o cuidado deve ser tomado para evitar a proliferação da estomatite vesicular. “Os animais enfermos não precisam ser sacrificados, mas serão acompanhados até a conclusão do ciclo da doença. A contar do fim dos sintomas do último animal infectado, a propriedade ainda ficará isolada por mais 21 dias,” comenta a diretora, sobre os procedimentos que estão sendo tomados na propriedade interditada, que tem 58 animais, sendo que quatro apresentaram os sintomas.
A médica veterinária ainda alerta os produtores da região: “Caso suspeite de algum animal, o produtor deve procurar o escritório da Adapec mais próximo, nos informando imediatamente. Os veterinários da Adapec irão realizar uma visita e fazer uma análise do caso de forma rápida, tomando todas as medidas emergenciais necessárias”, pontuou, acrescentando que denúncias podem ser feitas no 0800-631122.
Comércio
A notificação internacional de estomatite vesicular é obrigatória e pode interferir no intercâmbio comercial dos animais, seus produtos e subprodutos. A Rússia suspende as certificações sanitárias de carne para exportações em regiões que tenham registro da doença. Nesta segunda-feira, 22, o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento irá notificar o caso ao governo Russo, solicitanto a suspensão das certificações somente para o município tocantinense afetado. A Rússia deve emitir um parecer em breve.
Casos
A estomatite vesicular já foi observada nos Estados Unidos, México, América Central e América do Sul, sendo que são conhecidas duas cepas virais distintas: New Jersey (NJ) e Indiana (I). Em junho deste ano, foi notificado um caso de estomatite no município goiano de Cavalcante, que faz divisa com o Tocantins, e todas as medidas sanitárias de vigilância e fiscalização foram tomadas pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária e pela Adapec. No início do ano, caso da doença foi registrado em Mato Grosso, no município de Cocalino.
Estomatite Vesicular
Doença infecciosa que acomete eqüinos, bovinos, suínos, mamíferos silvestres, e pode ser transmitida ao homem, por meio do contato com fluídos dos animais afetados. É causada por um vírus do gênero Vesiculovirus, da família Rhabdoviridae, e os sinais clínicos são semelhantes aos observados na febre aftosa, como aftas, febre e salivação. Também podem ocorrer lesões no úbere e casco do animal. O período de incubação vai de 2 a 8 dias, sendo que o curso da doença varia de 2 a 21 dias.
O tratamento constitui, basicamente, no oferecimento de proteção aos animais infectados por meio de acomodações adequadas, água fresca e alimentação apropriada. Não há medicação para o controle da doença viral, mas o proprietário pode fazer tratamento para acelerar a cicatrização das feridas.
Nos seres humanos, a doença manifesta-se de forma semelhante à influenza, ocorrendo febre, calafrios e dores musculares, sendo raros os casos de lesões orais, e com duração que varia de 3 a 4 dias.
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