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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Fruticultura adota adubação orgânica


Dia de campo procurou motivar agricultores de que a fruticultura é alternativa para diversificar produção

Iguatu. Depois da implantação de 100 hectares para o cultivo de frutas neste município, o foco agora é a ampliação das áreas de produção e a mudança dos tratos culturais. A idéia, desenvolvida pela Secretaria de Agricultura, é utilizar compostos orgânicos em substituição aos produtos químicos, reduzindo os custos e protegendo o meio ambiente. Um projeto experimental de cultivo de maracujá e goiaba está sendo desenvolvido no Sítio Baixas, numa área de 1,2 hectare.

Com o objetivo de divulgar as novas tecnologias de cultivo, a viabilidade da produção de frutas e o uso de agricultura orgânica, o órgão municipal realizou, ontem, pela manhã, um Dia Especial de Campo para produtores rurais da região. “A nossa finalidade é sensibilizar os agricultores para que acreditem no projeto e passem a produzir frutas”, disse o secretário de Agricultura do município, Valdeci Ferreira. “Mostramos o sucesso e queremos aumentar o número de fruticultores”.

A idéia da visita técnica deu certo em face da surpresa dos agricultores tradicionais, acostumados ao plantio de milho, feijão e arroz. “Nunca imaginei que por aqui desse certo produzir maracujá e goiaba desse jeito”, disse o agricultor Marcos Nunes. “Só via frutos assim na televisão”. A presidente da Associação de Moradores do Sítio Baixas, Maria Barbosa, foi taxativa: “É preciso ter coragem e trabalhar porque dá certo”.

No início do cultivo, muitos moradores da área não acreditavam na viabilidade do plantio de maracujá. “As pessoas diziam que o produtor estava ficando doido”, contou Maria Barbosa. “Hoje estamos vendo o resultado. Está tudo muito bonito e dando certo”.

O produtor Ronaldo Freitas Minetto tem uma história interessante. Morava em São Paulo, capital, e trabalhava como motorista das Casas Bahia. Casado com a cearense Zuila Minetto, que conheceu na capital paulista, resolveu mudar de vida. Pediu demissão do emprego e veio morar na zona rural de Iguatu, há dois anos. “Queria uma vida mais sossegada e sempre gostei de agricultura”, contou. “Meus pais trabalhavam como produtores de feijão no Interior do Paraná”.

Confiança

Ronaldo Minetto disse que as terras em São Paulo são caras. Por isso, optou por vir morar junto com a família da mulher, no Sítio Baixas, zona rural de Iguatu. A esposa era contrária à idéia, temendo não dar certo. Dois meses após chegar a Iguatu, buscou orientação técnica na Secretaria de Agricultura e iniciou o plantio de melancia e maracujá. Depois, fez o consórcio com goiaba. Investiu R$ 17 mil por conta própria e está confiante no sucesso do empreendimento.

Em média, Minetto apura R$ 2 mil por mês com a venda do maracujá para o mercado local. A produção começou há oito meses e deve se estender por dois anos. No segundo ano, a safra atinge o pico de produção. Após esse período, os “pés” devem ser arrancados e a goiabeira começa a dar frutos. É o tempo em que faz um novo plantio de maracujá, numa área vizinha. “O meu projeto é viver da renda da produção de frutas”, disse Minetto. “Quero ficar por aqui”.

Nos últimos dois meses, Minetto, com apoio do técnico Venâncio Vieira, passou a utilizar um composto orgânico à base de esterco de ovelha, pó de café, farinha de osso, cinza, casca de ovo e restos de comida e de vegetais, fermentado com o uso de rapadura e de coalho bovino. O experimento está dando certo. “As folhas estão mais verdes, os frutos melhoraram a qualidade e a mudança é visível”, disse Vieira. “Vamos levar essa experiência para outras áreas de produção de frutas”, planejou.

A velha idéia de só deixar o sertão no último pau-de-arara está mudando. Cada vez mais, jovens produtores apostam em um novo perfil de produção e passam a cultivar frutas. “Foi preciso vir um paulista para mudar o cenário dessa região acostumada ao plantio de arroz nas várzeas do Orós, e de milho e feijão nas terras que são culturas de subsistência e não dão renda”, observou Valdeci Ferreira.

SAIBA MAIS

Recursos

O Agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, José Wilson Bezerra, reafirmou que o BNB dispõe de recursos oriundos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) para financiar projetos ligados à fruticultura. Essas podem ser boas opções para quem deseja começar uma nova atividade agrícola.

Disposição

Para o diretor da Escola Agrotécnica Federal de Iguatu (Eafi), Ivam Holanda, basta ter disposição para o trabalho, água e seguir as orientações técnicas que a produção de fruta é viável no sertão cearense. ´Aqui é mais um modelo e um exemplo para outros agricultores´, observou, sobre a experiência de Iguatu.

HONÓRIO BARBOSA
Repórter

Mais informações:
Secretaria de Agricultura do município de Iguatu
(88) 3581.6527
Escritório da Ematerce
(88) 3581.9478

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