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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Há vagas, mas faltam profissionais

Mão-de-obra qualificada é cada vez mais escassa e indústrias da região precisam ‘se virar’ para preencher demanda
Marcelo de Souza
Houve um tempo em que ter curso superior era o “plus” necessário para conseguir um bom emprego. As empresas buscavam profissionais que tivessem qualificação superior para o setor em que iriam trabalhar. O resultado foi a procura cada vez maior por faculdades e, conseqüentemente, a abertura indiscriminada de novas instituições, além da ampliação da oferta de cursos. No entanto, com o passar do tempo e a descoberta de novas tecnologias, as empresas começaram a perceber que o curso superior já não atendia suas demandas imediatas.

Pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no final do ano passado constatou que, dos 9,1 milhões de trabalhadores desempregados, apenas 1,7 milhão possuíam qualificação. A pesquisa apontou também que a demanda do País não é para cursos de bacharelado, mas para formação de técnicos e tecnólogos. O estudo do Ipea analisou que 2007 terminou com sobra de 25 mil vagas na indústria química e petroquímica, 23,9 mil na indústria de produtos de transporte, 21 mil na indústria de produtos mecânicos e 20,8 mil vagas na indústria extrativista mineral.

No Interior do Estado a situação é ainda mais difícil, já que, além das indústrias, o setor agrícola também sofre com a carência de profissionais. Na região de Bauru, um dos segmentos que têm sentido mais essa demanda é o sucroalcooleiro. De acordo com a consultora de RH Regina Maura Pereira Torres, em alguns casos as usinas vão procurar trabalhadores de outras usinas, oferecendo salário maior para preencher a vaga existente. “Nós estamos com uma série de empresas na região aumentando o quadro (de funcionários). Aí, você procura técnicos e não tem”, informa.

Regina aponta, contudo, que não é somente o setor sucroalcooleiro que sofre com essa demanda. Outras áreas também enfrentam o problema de falta de profissionais qualificados. Segundo ela, os setores mecânico e elétrico também sofrem com a falta de qualificação. “Há alguns dias, uma empresa abriu mão do técnico e contratou um eletricista. A pessoa era especializada, mas não tinha o curso técnico, e eles abriram mão desse título”, salientou.

Formação

Uma das alternativas é formar essa mão-de-obra dentro das próprias empresas, o que gera gastos a mais para quem contrata. No entanto, Regina explica que essa tem sido a saída encontrada por muitos empresários. Essa situação vai ao encontro da sondagem feita pala Confederação Nacional das Indústrias (CNI) no ano passado.

Na pesquisa, a entidade constatou que a falta de capacitação do trabalhador é um fato com impactos negativos sobretudo na área de produção, o que restringe o aumento da competitividade. Das 1.714 indústrias consultadas, 56% vêem como um problema para a empresa a falta de mão-de-obra qualificada. Ele é maior para as pequenas empresas (60%), mas também é registrado entre as de médio (55%) e grande portes (45%). Ao todo foram consultadas 949 pequenas empresas, sendo 507 médias e 258 grandes.

A área de produção é a mais afetada, segundo 68% dos entrevistados, com a área de pesquisa e desenvolvimento no segundo lugar com 11% e a administrativa e gerencial em terceiro, com 7%. A produção é a área mais afetada, independentemente do porte da empresa.

Quanto ao desempenho, 69% das empresas responderam que a falta de mão-de-obra qualificada afeta, sobretudo, a busca de eficiência. No entanto, 36% das empresas também mencionaram que a falta de mão-de-obra qualificada prejudica a busca pela qualidade dos produtos. Problema afeta ainda a aquisição de novas tecnologias (25%) e o desenvolvimento de novos produtos (23%).



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Deficiências

Os setores com maiores problemas com a falta de mão-de-obra qualificada são álcool (76%), vestuário (75%), outros equipamentos de transporte (71%), indústrias extrativas (71%), máquinas e equipamentos (70%) e veículos automotores (67%). Diante desse quadro, apenas 30% recorrem à contratação direta no mercado, as 70% restantes procuram resolver o problema capacitando os trabalhadores após a contratação.

Entre as empresas que dizem ter necessidade de investir em qualificação (97%), a grande maioria (78%) apontou mais de uma dificuldade no processo: falta de oferta de cursos adequados (52%), custo elevado (39%), alta rotatividade dos trabalhadores (25%) e pouco interesse dos trabalhadores (24%). Para manter a mão-de-obra qualificada, a indústria prefere dar benefícios além do salário (64%) a pagar salários acima da média do mercado. A maioria (69%) diz adotar política de retenção do trabalhador qualificado.

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