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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

MT está 100% habilitado


Cerca de 20 dias após anúncio, Bruxelas confirma reconhecimento do status de todos municípios do Estado como aptos à exportação




Condição sanitária estadual igualitária está reconhecida

MARCONDES MACIEL E TANIA NARA MELO
Da Reportagem

Mato Grosso está com 100% de seu território habilitado para exportar carne in natura à União Européia (UE). A confirmação, anunciada ontem, em Bruxelas (Bélgica), pela diretoria geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), em reunião do Comitê Permanente da Cadeia de Alimentos e Saúde Animal, integra mais 73 municípios no processo de exportação e representa um acréscimo de 13 milhões de cabeças das regiões norte, noroeste e Pantanal, que até então, tinham consumo recusado pela comunidade européia. A confirmação da habilitação foi feita cerca de 20 dias, após o Ministério da Agricultura ter anunciado a nova condição sanitária do Estado.

O setor pecuário do Estado comemora a decisão, mas para que os municípios recém habilitados possam exportar, é preciso aguardar a publicação da decisão no diário oficial da Comunidade Econômica Européia, o que deverá ocorrer nos próximos 30 dias.

A partir de agora os pecuaristas mato-grossenses passam a operar de forma igualitária, todos estão no mesmo nível, obedecendo as exigências do mercado europeu. A aprovação diz respeito somente ao reconhecimento da qualidade sanitária do rebanho. Para que o produtor se habilite à exportação para União Européia, outras etapas devem ser cumpridas, como a certificação da propriedade no Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Só após uma auditoria do Mapa, e a conseqüente autorização da UE, é que de fato, as propriedades estaduais estarão aptas à comercialização de cortes bovinos in natura. De acordo com o Mapa, Mato Grosso já soma 62 propriedades habilitadas à UE.

IMPACTO - A queda da barreira sanitária abre um importante espaço no mercado internacional para o Estado, já que os europeus são o que melhor remuneram o produtor, sobrevalorizando em 29,62% o valor do boi destinado exclusivamente àquele bloco econômico. Numa comparação rápida, basta dizer que enquanto a arroba em Cuiabá se estabiliza em cerca de R$ 80, tanto para o mercado interno como também para exportações a outros países, o boi destinado à União Européia, aquele que sai das 62 fazendas certificadas e habilitadas a este consumo têm cotação de R$ 105.

BRASIL - A decisão de Bruxelas beneficia também Mato Grosso do Sul – que estava com todo o seu território impedido - e Minas Gerais, com área parcial até então embargada pela UE. Ao todo, foram liberados 287 municípios brasileiros, incluindo Mato Grosso. O Mapa aponta que com a medida mais 39,81 milhões de bovinos serão somados ao rebanho apto para a venda de carne in natura aos europeus, desde que procedam de Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras).

Atualmente, são 364 os estabelecimentos certificados no Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. “Agora, serão aproximadamente 126,81 milhões de animais, formando a base do rebanho de onde pode ser exportada carne bovina para aquele mercado”, informou o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz.

CREDENCIAMENTO – A habilitação de Eras para o comércio com a UE tem aumentado significativamente a cada mês. Kroetz acredita que esse incremento é resultado da intensificação das auditorias realizadas pelo Mapa, em conjunto com serviços estaduais de Defesa Agropecuária, no sistema de certificação dessas propriedades rurais.

DESAFIO - Para o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), Décio Coutinho, a habilitação conquistada por Mato Grosso é fruto do trabalho de toda a cadeia pecuária - produtores, entidades, frigoríficos e poder público - que se mobilizaram e fizeram o controle e monitoramento eficiente do rebanho. Segundo ele, é uma conquista de todos, que souberam fazer a lição de casa. “É um filho que não tem pai – são muitos os pais. É um filho que só tem mãe, e daquelas que gostam de ter todos aninhados debaixo das asas”, diz.

Coutinho destaca, no entanto, que não basta apenas ter a habilitação, mais do que isso é necessário manter as condições sanitárias do rebanho nos próximos anos. “Esse é o nosso desafio”, revela.

EUFORIA – Na opinião do diretor da Associação dos Proprietários Rurais (APR/MT), Paulo Resende, a habilitação é um “atestado de boa conduta” ao trabalho realizado pelo setor pecuário no sentido de garantir o controle sanitário do rebanho.

“Os pecuaristas, há mais de doze anos, vem fazendo a vacinação periódica em quase 100% do seu rebanho. A sanidade, portanto, é muito bem feita e a União Européia vinha acompanhando este trabalho”. Segundo ele, o Indea/MT tem trabalhado com muita seriedade neste propósito. “Mato Grosso cumpre o dever de casa. Acho que o referendo da UE é um reconhecimento a todo este trabalho”.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Ottoni Prado, lembra que o credenciamento do restante do Estado era uma antiga reivindicação da classe pecuária. “Não tinha sentido continuar dividindo Mato Grosso em duas zonas sanitárias. Acho que a medida irá facilitar os procedimentos para a inclusão de novas propriedades. É uma grande vitória de toda a cadeia pecuária”, salientou.

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