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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pomar produtivo em pouco espaço


Pequenos produtores de Itaberá adotam várias
tecnologias e obtêm renda bruta de R$ 60 mil em apenas 1 hectare

José Maria Tomazela

Em apenas 1 hectare - pouco mais do que um campo de futebol - o agricultor Roque Aparecido da Silva, de 67 anos, já colheu 1.500 caixas de ameixas e está em plena colheita de 700 caixas de pêssego. Na primeira produção comercial, as 435 árvores frutíferas vão produzir 13 toneladas de frutas de caroço. Com venda garantida, o produtor espera receita bruta de R$ 60 mil, recursos que jamais obteve ao longo de uma vida na roça, plantando milho, feijão e trabalhando como bóia-fria.

Silva é um dos pequenos agricultores de Itaberá, no sudoeste paulista, engajados num projeto de fruticultura de caroço, lançado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria de Agricultura do Estado. O município está inserido numa região tradicional nesse tipo de fruta, mas restrita a produtores muito tecnificados.

“Estamos provando que a fruticultura de caroço é boa opção para os pequenos”, diz o agrônomo da Cati, Emmanuel Afonso Souza Moraes. Hoje há seis agricultores no projeto. Silva tem 7,2 hectares e investiu R$ 7 mil na formação do pomar. O valor inclui a compra das mudas da Cati, a preparação do solo, o plantio e a condução da lavoura. O dinheiro foi obtido em financiamento do Programa Nacional de Agricultura Familiar. Como os outros, ele recebeu orientação direta do agrônomo.

“Não tinha a menor idéia de como trabalhar com a fruta, mas hoje já posso ensinar os outros”, diz. Até chegar à primeira colheita, ele usou o restante da área para produzir grãos, além de quiabo e outros legumes. Foi o que garantiu a subsistência da família - ele, a mulher e três dos 13 filhos - enquanto as frutíferas não começavam a produzir.

MANEJO

O manejo do pomar, como pulverizações, adubação e poda, é cumprido à risca. São feitas de 10 a 12 pulverizações por ano, contra fungos e pragas, e pelo menos duas podas - a de verão, para retirar o excesso de galhos, após a colheita, e a de inverno, no fim do período de dormência, para conduzir a emissão de novos ramos. A adubação é reforçada com esterco.

O agrônomo explica que as variedades de frutas são diferentes das usadas em grandes plantios comerciais, e foram desenvolvidas para o trabalho familiar. “Esse pêssego, por exemplo, é de sabor incomparável, mas precisa ser colhido manualmente e embalado cuidadosamente.” Silva e os filhos usam baldes plásticos na colheita e fazem a primeira classificação dos frutos no pomar, sobre uma lona. “Tocamos o mínimo possível na fruta, que vai direto do pé para a embalagem”, diz. A produção segue para a Ceagesp, na capital, e o agricultor recebe o valor da cotação do dia. A caixa de 6 quilos de ameixa teve preço médio de R$ 7,50. Já o pêssego, saiu pela média de R$ 4,50, livres para o produtor.

Outro produtor, João Donizete Bueno, cultiva com a esposa, Irene, um pomar com 400 pés de ameixa. “Dá trabalho, mas compensa, pois a gente vê o resultado”, diz. As 600 caixas da primeira safra renderam R$ 36 mil. Os compradores enviaram técnicos para ensinar os produtores a selecionar e embalar os frutos. Na colheita, o casal convoca os vizinhos e parentes.

Os pés carregados de frutos atraíram o interesse de pequenos agricultores da região, tanto que a procura pelas mudas no Núcleo de Produção de Mudas da Cati de Itaberá aumentou. As plantas usadas pelos agricultores são produzidas com as mesmas técnicas que as fornecidas para os grandes produtores. Além de pêssego, ameixa e nectarina, a unidade produz mudas de caqui, atemóia e uvas de mesa.

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