Antes de pensar em produzir suínos, o produtor deve se preocupar, em qualquer estado do país, em como conseguirá a licença ambiental da propriedade. A legislação ambiental, cada vez mais abrangente, transformou-se nos últimos anos num dos principais pontos de conflito da atividade. Na maior parte das vezes, falta esclarecimento ao produtor para que ele entenda a necessidade de se investir na propriedade para que ela receba a licença ambiental.
A suinocultura tem um grande impacto ambiental por causa do modelo de produção implantado no Brasil. Geralmente, os dejetos dos animais são tratados de forma líquida, ou seja, é a água que os conduz até depósitos, onde eles ficam armazenados e depois podem ser utilizados no solo como adubo orgânico. Só que esse processo, quando não bem manejado, representa um grande risco ambiental, especialmente para as fontes de água.
É por isso que a legislação ambiental tem cerceado cada vez mais a suinocultura. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Júlio César Palhares, o conflito entre órgãos ambientais e produtores fica maior na medida em que há um baixo conhecimento de produtores e profissionais agropecuários sobre a elaboração de um projeto ambiental para produção, por exemplo. “Não tenho dúvida que a inserção de muitos produtores daqui por diante no contexto da suinocultura vai depender dessa compreensão”.
Há outro detalhe importante. Apesar de parte da legislação ambiental ser federal, existem diferenças entre os estados. É o caso das taxas de licenciamento, que possuem valores bem distintos, dependendo do local em que o produtor decidir se instalar. “Enfim, a legislação ambiental é hoje tão importante quanto outros detalhes da produção quando se analisa o futuro de uma propriedade voltada à produção de suínos”, completa Palhares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente