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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Agropecuaria - Novo ciclo será 35% mais caro no Estado


MARIANNA PERES
Da Reportagem

A nova temporada agrícola mato-grossense, que será iniciada a partir de setembro com o cultivo da soja precoce, ainda apresenta muitas dúvidas, mas já anuncia a única certeza deste novo ciclo: o aumento de 35% no custeio das principais culturas. Para a safra 08/09, os produtores estaduais terão de investir R$ 13,95 bilhões, contra R$ 10,47 bilhões aplicados na safra passada.

As dúvidas se referem à quantidade de produtores que terão acesso ao crédito, ao avanço das culturas em relação ao aumento das áreas plantadas, à qualidade das lavouras, à resistência à ferrugem asiática no caso da soja e, por fim, no rendimento por hectare, objetivo atrelado aos investimentos que poderão ou não ser feitos com adubos e fertilizantes. Estes insumos são os que mais registram altas, chegando até 325%, como, por exemplo, o cloreto de potássio, que tinha cotação de US$ 235 a tonelada (no porto em maio de 2007) e passou em maio deste ano – período de compras dos produtores – para US$ 1 mil a mesma tonelada.

Conforme do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), os volumes necessários ao plantio estariam divididos da seguinte forma: R$ 2,15 bilhões ao algodão, R$ 400,75 milhões para o arroz, R$ 101,61 milhões ao feijão, para o milho R$ 2,97 bilhões e a sojicultura seria responsável pela maior fatia dos investimentos, mais de R$ 8,30 bilhões.

“Analisando apenas os desembolsos necessários às lavouras de soja, em todo Estado, temos um aumento de 49% em relação ao volume aplicado no custeio anterior. Considerando o volume total de recursos à safra nova de Mato Grosso, somente a sojicultura é responsável por injetar na economia 60% dos mais de R$ 13 bilhões previstos”, explica o superintendente do Imea, Seneri Paludo.

Para a safra 08/09, o Imea estima incremento na área plantada no Estado em torno de 8,5%, mas adverte que o avanço das plantadeiras está atrelado à obtenção de crédito rural oficial do Plano Agrícola e Pecuário do governo federal, que neste ano vai ofertar R$ 65 bilhões à agricultura comercial. Mato Grosso é o maior produtor de soja e algodão do país e o terceiro em arroz. O Estado lidera a bovinocultura nacional com mais de 26 milhões de cabeças.

INCERTEZAS – O presidente da Famato, Rui Ottoni Prado, frisa que, além da dependência dos recursos oficiais, outras duas situações deixam o produtor de mãos atadas: o avanço das dívidas agrícolas que avolumam R$ 10,5 bilhões e a restrição de crédito nas áreas consideradas como do bioma Amazônia. “Tudo isso deixa o produtor já endividado, sem ter onde obter crédito”.

Como agravante ao contexto que cerca e nova produção mato-grossense, Prado explica que a produção de um hectare de soja, por exemplo, revela incremento de 72% de um ano para o outro. “O custo de produção saltou de US$ 550 para US$ 950 por hectare”.

Ele frisa ainda que o crédito rural oficial é a melhor alternativa para quem planta no Estado, onde os problemas de falta de logística abocanham a renda do produtor. “Os altos juros oferecidos nas entidades privadas, como as tradings, são inibidores”. Para se ter uma idéia do impacto logístico, uma tonelada de cloreto de potássio custa cerca de US$ 100 em frete até o Estado.

GARGALOS - Para o Plano Agrícola e Pecuário (PAP), a União anunciou acréscimo de 12% sobre o crédito rural à agricultura empresarial de Mato Grosso. Isso significa recursos na ordem de R$ 1,12 bilhão ou revelam apenas 8% da demanda estadual para a nova safra, acima de R$ 13 bilhões, conforme o Imea. (Com assessoria)

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