Desaparecimento de organismos necessários ao meio ambiente, é um das conseqüências
Quando pulveriza o pomar de laranjas, com a intenção de matar o pulgão que destrói a lavoura, o agricultor está o prejudicando o inseto responsável por polinizar a plantação. Sem a abelha, a área agricultável da laranja pode diminuir em 30% naturalmente. As conseqüências da aplicação inadequada de agrotóxicos atingem diferentes níveis, mas podem provocar graves desequilíbrios naturais, como a modificação genética e a domesticação de algumas produções, como acontece com o tomate.
Pássaros e insetos benéficos à plantação também são prejudicados na aplicação descontrolada de defensivos. Como exemplo desse descontrole, a pulverização da laranja mata, igualmente, o pulgão e a joaninha; o primeiro volta rapidamente ao local, mas a joaninha demora a se reproduzir e retornar, exigindo do agricultor nova aplicação a fim de manter a praga distante. Resultado: uso de mais veneno, mais gastos financeiros, risco à qualidade do solo, da planta e do produto final, além do adeus definitivo à joaninha.
"Tornar essas plantas selvagens novamente requer começar de novo, aceitando um fruto menor, mas com produção mais resistente, o que é difícil, pois quanto maior a oferta, maior deve ser a demanda.
As frutas e legumes de hoje perderam sua identidade, não têm mais o mesmo gosto", disse o engenheiro agrônomo Vicente Antonio Cancelliero Filho, diretor técnico da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) regional Piracicaba. Para ele, mudar o comportamento do agricultor vai depender de uma séria pressão social.
O agrotóxico ideal, que matasse apenas os microorganismos prejudiciais à agricultura e não provocasse danos ao meio ambiente, não existe. "Envenenam o solo, podendo atingir o lençol freático; as águas, danificando as algas que alimentam os peixes; contaminam os alimentos e prejudicam o homem. Usado de maneira adequada, com aplicações feitas muito antes da colheita, os riscos diminuem para o homem, mas não acabam", afirma o engenheiro agrônomo e professor de química Juan Sebastianes.
Segundo ele, o constante consumo dos produtos, como doses de veneno, vão prejudicando as pessoas ao longo da vida, incidindo no surgimento de cânceres, doenças circulatórias e do aparelho digestivo.
A saída, por enquanto, parece estar na alternativa orgânica, no Brasil ainda em desenvolvimento para ampliação, por causa da dificuldade de cultivo em grandes extensões e da dependência de florestas próximas para o equilíbrio natural, já que os insetos que protegem a plantação preferem a proximidade a plantas silvestres, como os eucaliptos. "As pesquisas estão sendo desenvolvidas, mas algumas pragas ainda não podem ser controladas.
domingo, 31 de agosto de 2008
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