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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Alagoas está pronta para se ver livre da Aftosa

Em entrevista a Agência Alagoas, o presidente da Agência Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), Hibernon Cavalcante, falou a respeito da interdição dos matadouros no interior do Estado e sobre o sistema de regionalização proposto pela Agência, Ministério Público e Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) aos prefeitos dos municípios que possuem abatedouros em situação irregular. Prestes a iniciar a segunda etapa da campanha contra a febre aftosa, ele afirmou que Alagoas está se preparando para, enfim, sair da zona de risco desconhecido da doença.

Agência Alagoas - O primeiro matadouro em situação irregular que foi notificado durante fiscalização foi interditado pela Adeal nesta quinta-feira (25). Qual a previsão para que outros sejam interditados?
Hibernon Cavalcante - Nesta sexta-feira (26) houve a interdição do segundo, que foi no município de Passo do Camaragibe. Esse processo continua. Todos os matadouros que não têm condições para o abate e que, na última segunda-feira, o prefeito do município no qual eles estão localizados, não fez manifestação alguma durante a reunião da segunda-feira com os prefeitos interessados em fazer um Termo de Ajuste de Conduta. Nós estamos fazendo a fiscalização dentro do que foi acordado entre o Ministério Público, os prefeitos e a Adeal. Se a gente chega em um matadouro que não tem, ao menos, a presença de um responsável técnico que é um médico veterinário para saber se aquele animal que está sendo abatido é portador de zoonose, fechamos na mesma hora. Não tem como deixar esse ambiente funcionando. A presença de um profissional com condições de dizer se aquele animal que vai ser abatido pode ser consumido ou não é o mínimo do mínimo.

Agência Alagoas - A reunião entre o Ministério Público, os prefeitos e a Adeal resultou em quê?
Hibernon Cavalcante - Houve, por parte da AMA, a solicitação de 30 dias a mais, ou seja, até o dia 23 de outubro para que as prefeituras manifestem interesse em adequar os matadouros, desde que existam condições reais. Serão firmados Termos de Ajuste de Conduta e aqueles que não se manifestarem durante esse período e Ministério Público e pela Adeal e que foi aceito por grande parte dos prefeitos que estavam presentes a reunião é que ocorra a regionalização dos matadouros, porque para que eles funcionem conforme a legislação, não é tão barato. Então, o que é mais racional, não só financeiramente para a construção de um novo matadouro, mas para a manutenção dele, é que existam estruturas maximizadas. Não foi na reunião cerceado o direito de que a prefeitura A, B ou C venha a ter seu próprio matadouro, mesmo que ele tenha pouco abate, mas foi recomendado que ele trabalhe de forma associativa, de forma municipalista, para que se juntem em grupos e se decidam que município será pólo para instalação de um matadouro. Vamos regionalizar o serviço, para que ele fique muito mais barato e, o principal, fique garantida a qualidade do serviço oferecido e do produto que está sendo consumido.

Agência Alagoas - Então essa questão da regionalização vai ser definida entre os próprios municípios?
Hibernon Cavalcante - Não podemos impor. Nesses 30 dias que foram dados a mais, nós esperamos que seja definido quem vai fazer o quê. Quem vai construir e quem tem condições de reformar.

Agência Alagoas - Então, os próximos 30 dias vão ser decisivos para essa questão dos matadouros?
Hibernon Cavalcante - Nós esperamos que todas as administrações municipais trabalhem de forma ininterrupta nesse período, conforme foi definido pelo Ministério Público. Caso contrário, nós vamos ter que acelerar esse processo de interdição dos matadouros. Vai ser bom no sentido de que a sociedade vai deixar de estar consumindo um produto de origem duvidosa, mas não vai ser benéfico para os municípios.

Agência Alagoas - A lista dos matadouros em situação irregular é bem extensa. Quantos são e quantos devem ser fechados?
Hibernon Cavalcante - São 73 e todos eles podem ser fechados caso não melhorem as condições existentes atualmente. O que acontece é que alguns não possuem a menor condição e outros podem ainda ter um alongamento do período de funcionamento. Não existe um número determinado dos que serão fechados. Nós imaginamos que a maioria deles não possui a menor condição de se adaptar porque vários estão localizados às margens de rios, alguns estão no centro da cidade e isso não pode acontecer. É uma missão bastante desafiadora.

Agência Alagoas - Diante disso, não temos como saber onde ficariam localizados os matadouros com a regionalização?
Hibernon Cavalcante - Existem indícios. Por exemplo, nós imaginamos que o matadouro que já existe hoje em Delmiro Gouveia possa fazer um abate para todos os municípios vizinhos na região. A gente imagina que um matadouro que venha a ser construído em Arapiraca tenha condições de abater para a região central do Estado, do Agreste alagoano. Assim como nós imaginamos que, caso venha a ser construído um matadouro em União dos Palmares, ele possa ficar responsável por aquela área. Nós fizemos algumas sugestões de regionalização, mas a definição de que se vai ou não acontecer não diz respeito a Adeal, diz respeito aos próprios municípios.

Agência Alagoas - Quantos matadouros regionais seriam suficientes para abastecer todo o Estado?
Hibernon Cavalcante - Seriam, no mínimo, de oito a dez. De oito a quinze matadouros seria uma quantidade muito boa.

Agência Alagoas - Uma fator que preocupa a população é a questão do abastecimento da carne no interior. Existe a possibilidade de faltar carne em algum município?
Hibernon Cavalcante - Nesses que já foram interditados alguém vai ter que suprir e a gente espera que a carne não venha de um abate mais clandestino ainda. Quem vai fazer esse controle é a população. No final das contas é a população que vai ter que discernir a carne com procedência da carne sem procedência. Mas, eu não posso lhe dizer se vai ou não faltar carne em algum município. Não sei lhe dizer.

Agência Alagoas - O que compete a Adeal fazer em relação a isso?
Hibernon Cavalcante - O que a gente não pode aceitar é que continue do jeito que está, sem que esse abastecimento não seja um sinônimo de confiança, de garantia para quem venha consumir a carne.

Agência Alagoas - Então não cabe a Adeal estipular quem vai abastecer que município?
Hibernon Cavalcante - Não.

Agência Alagoas - Quem é que pode fazer isso?
Hibernon Cavalcante - Essa é uma questão que eu não vejo como o Estado interferir de uma forma direta porque é muito mais previsível uma tomada de posição por parte de prefeituras, no sentido de que, na contratação de caminhões frigoríficos eles exigissem que a carne tenha uma origem conhecida. A nossa parte diz respeito ao abate de animais, a parte de comercialização diz respeito às vigilâncias municipais e estadual. Então, se a estrutura municipal admitir que seja comercializada uma carne sem procedência, ao meu ver o município está falhando porque cabe a ele cuidar da saúde. Se a estrutura municipal não se preocupar com a saúde, com o que está sendo consumido, então não teria sentido haver município. A nossa parte diz respeito ao abate. Ao processo ante e pós-morte.

Agência Alagoas - Existe de previsão para a construção de outros matadouros?
Hibernon Cavalcante - Está sendo ativado agora um matadouro com condições de abate para um grande número de municípios que é o de Igreja Nova e existem alguns que estão em construção com o financiamento do Ministério da Agricultura. São de 8 a 10 novos matadouros.

Agência Alagoas - Falando agora sobre a Aftosa. Técnicos do Ministério da Agricultura estiveram aqui e fizeram uma auditoria. Qual foi o resultado dessa visita?
Hibernon Cavalcante - Eles fizeram uma auditoria supervisionada no escritório de Maceió e visitaram feiras de gado e os municípios de União dos Palmares e Santana do Ipanema. Eles fizeram várias observações e nós estamos esperando eles repassarem o relatório para sabermos que orientações deverão ser seguidas para tirar Alagoas da zona de risco desconhecido da Aftosa.

Agência Alagoas - Há quanto tempo Alagoas possui essa classificação?
Hibernon Cavalcante - Desde 1999, quando foi estabelecida a classificação.

Agência Alagoas - Podemos dizer que Alagoas nunca esteve tão perto de sair da zona de risco desconhecido?
Hibernon Cavalcante - Posso lhe dizer com certeza que está muito melhor do que em anos passados.

Agência Alagoas - Algumas exigências do ministério já estão sendo cumpridas?
Hibernon Cavalcante - Sim. Já tivemos a contratação de pessoal e a partir da próxima segunda-feira estaremos fazendo a capacitação específica para a febre aftosa. O nosso grande desafio é fazer com essas pessoas novas adquiram experiência no menor tempo possível para que tenham um bom desempenho a nível de campo nesse curto espaço de tempo, já que nenhuma escola de nível superior prepara o fiscal agropecuário. Eles vêm despreparados e estão aprendendo aqui na Agência.
Agência Alagoas - Qual a expectativa de cobertura vacinal?
Hibernon Cavalcante - Nós esperamos superar o índice de 94%, que foi o registrado na primeira etapa da campanha, ocorrida em abril desse ano. Foram cerca de 1 milhão e 70 mil animais.

Agência Alagoas - A Adeal está preparada para essa segunda etapa da vacinação?
Hibernon Cavalcante - Estamos sim. Inclusive já estamos distribuindo material de divulgação. O estado vai distribuir 165 mil doses da vacina direcionadas aos agricultores familiares, quilombolas, assentados e indígenas que tenham até dez animais.

Agência Alagoas - Quando o Governo Federal vai realizar uma auditoria para saber se Alagoas vai sair da zona de risco desconhecido?
Hibernon Cavalcante - A auditoria está programada para novembro.

Agência Alagoas - Alagoas tende a passar para a zona de risco médio da aftosa?
Hibernon Cavalcante - Nós estamos nos preparando para isso. E é por isso que estamos aguardando com muita expectativa as recomendações dos técnicos que estiveram aqui em Alagoas.




por Agência Alagoas

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