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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pecuarista mineiro abate 200 vacas para protestar

Produtores rurais do Triângulo Mineiro abateram nessa terça-feira 200 vacas em protesto ao preço do leite, que começou a despencar em plena entressafra. Acompanhamento da Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg) aponta que a produção do alimento no estado cresceu 20% de janeiro a agosto, superando a previsão para o ano, que seria de um avanço de 4%. “A venda das matrizes para frigoríficos é inevitável, já que é a forma encontrada pelo produtor para quitar suas dívidas”, diz Amauri Rezende Junqueira, presidente do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

O abate de animais é estratégia utilizada para reduzir o excedente da produção. A prática já foi usada também pela pecuária de corte, que há quatro anos reduziu o rebanho disponível e a oferta de carne aos frigoríficos.

De acordo com os dados do Centro de Pesquisas Econômicas Avançadas da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), os preços pagos aos produtores pelo leite vendido em agosto estão 15% menores em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo produtores, a queda acentuada vem sendo notada desde junho.



No mês passado, o produtor mineiro recebeu em média R$ 0,73, enquanto o custo da produção é estimado em R$ 0,77. Além disso, nos últimos 12 meses, segundo a Embrapa Gado de Leite, os custos de produção tiveram alta de 24,4%, provocados principalmente pela elevação dos preços do sal mineral (95,5%) e da ração balanceada (34,6%). “Para vencer a crise queremos a ajuda dos governos federal e estadual, colocando o leite em projetos sociais, e também colaborando para a exportação”, defende Eduardo Dessimoni, presidente da Comissão Técnica de Leite da Faemg.

De acordo com os manifestantes, o movimento de abate do rebanho começou em agosto e deve continuar até o início da safra, em novembro. Outras medidas, como reduzir a alimentação do gado, para diminuir a produção do leite, também já estão sendo tomadas.



O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informa que não vai se posicionar sobre o protesto, já que não interfere em questões de mercado. O ministério já havia recebido reivindicação da indústria láctea, solicitando intervenção para conter a queda dos preços.



A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, diz que aguarda uma proposta consolidada dos produtores para análise. No governo federal não há previsão de medidas para retirar do mercado interno o excesso do alimento.

Por outro lado, os produtores não fazem mea-culpa. Consideram que incrementaram a oferta respondendo à demanda da indústria. “Investimos em gado e em equipamentos para garantir a alta qualidade do leite”, defende Amaury Junqueira. A produção brasileira em 2007 foi de 26,7 bilhões de litros. Minas Gerais lidera o ranking, com 7,4 bilhões de litros, 28% da produção nacional.

Exportação

A lista de fazendas brasileiras habilitadas a exportar carne bovina para a União Européia foi ampliada em mais 49 e conta agora conta com 296 propriedades auditadas e certificadas pelo governo brasileiro, dentro dos critérios estabelecidos pelo bloco europeu. Minas Gerais teve outras 13 fazendas habilitadas e conta agora com 161 propriedades aptas a exportar carne bovina para a UE.

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