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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Um desafio: crescer sem devastar meio ambiente



No painel de Meio Ambiente – Conservação e Desenvolvimento, o tema inicial foi água, esgoto e saneamento, problemas causadores da mortalidade infantil, colocado pelo moderador Cláudio Moura e Castro. Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, crescer sem prejudicar a natureza é um dos maiores desafios do Brasil. Ainda assim, segundo lembrou Luiz Augusto Horta, consultor da ONU para bioenergia, a legislação brasileira não incentiva, por exemplo, os prefeitos que investem em saneamento.

Já o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, falou a respeito das queimadas. Maggi fez questão de diferenciar queimadas de incêndios. Para o governador, é preciso entender que o fogo é natural no cerrado, e importante para a regeneração da biodiversidade da região. Já as queimadas são atos criminosos.

Quando Cláudio Moura e Castro lançou o tema energias sustentáveis, Horta lembrou que não seremos o país que queremos ser sem energia. Os biocombustíveis são um orgulho para o país, mas devemos saber até onde ir. Segundo Horta, é mais urgente voltar a produção para a energia elétrica do que para combustíveis. Sobre energia nuclear, ele foi enfático: "Não é o momento para se pensar nisso".

Castro falou também sobre o desmatamento. Para Blairo Maggi, deve haver a fiscalização, mas também uma tolerância quanto ao desmatamento. "Precisamos dar uma oportunidade a quem desmata, buscando conhecimento científico para fazer com que aquela região ocupe seus espaços corretamente". O ministro Carlos Minc lembrou que uma das formas de se fazer o que Maggi sugeriu é o manejo florestal, que garantiria a manutenção dos empregos nas regiões desmatadas. Para ele, essa será uma fonte de criação de empregos a médio prazo.

Ao fim do painel, os debatedores discutiram questões do agronegócio. Ele atrapalha a preservação ambiental? A preservação é um impedimento ao seu desenvolvimento? Para Maggi, é preciso sempre buscar a sustentabilidade, transformar o pecuarista em agricultor. Já para Minc, é possível fazer muito em reservas ambientais, portanto, a proteção do meio amiente não torna o agronegócio ilegal. Deve-se fazer um bom uso da área protegida, finalizou o ministro.

Educação - O painel de abertura do evento – Educação com qualidade: os caminhos da produtividade e da prosperidade – iniciou os encontros do dia. Um dos principais pontos do debate sobre foi como tratar a educação no país. Os debatedores chegaram a um consenso em afirmar que a questão é cultural. O mediador do debate, Gustavo Ioschpe, abriu o painel com uma importante questão: Por que o Brasil não consegue seguir os exemplos de outros países, por que não consegue alfabetizar suas crianças?

Para o economista José Alexandre Scheikman, o Brasil não deu a importância necessária à educação. "Não e difícil copiar os outros países. No momento em que decidimos fazê-lo, vamos fazer", disse. Já o ministro da Educação, Fernando Haddad, lembrou que, pela primeira vez, o país conseguiu a adesão dos governadores e prefeitos de todo o Brasil em termos de diretrizes e metas de qualidades. "Cada escola pública tem hoje sua meta, e o Brasil tem sua meta de atingir os países desenvolvidos até 2022", afirmou.

Para a secretária estadual de educação de São Paulo, Marie Helena Guimarães, os professores brasileiros não aprendem os conteúdos dos cursos. O modelo de educação dos professores é um grande problema. Os currículos devem ser mais bem organizados.

Após uma discussão sobre a méritocracia, o ministro Haddad disse que a educação deve ser incorporada como um valor, assim como a democracia. "Não há democracia sem educação", afirmou. Após o encerramento, ficou claro, como lembrou William Waack, que o tipo de mudança que o país deseja, não só na educação, acontecerá apenas se a classe política se mobilizar para solucionar os problemas brasileiros.

O seminário - Os debates sobre educação e meio ambiente fazem parte do seminário "O Brasil que queremos ser", que marca os 40 anos do lançamento de VEJA. Em seguida, serão discutidos os temas Economia – o novo papel do Brasil no mundo; O papel da imprensa: o fortalecimento das instituições políticas; e Democracia, raça e pobreza – inclusão social, acomodação das classes emergentes e formação de uma nova classe média. Para encerrar, a discussão Megacidades – quais os desafios e como fugir dos erros do passado? Falarão sobre o tema o arquiteto e urbanista Jaime Lerner e os urbanistas Raquel Rolnik e Jonas Rabinovitch. Os debates serão mediados por jornalistas e colaboradores de VEJA, como Reinaldo Azevedo, além do diretor de redação da revista, Eurípedes Alcântara.

Alguns dos participantes e personalidades brasileiras já opinaram a respeito dos temas na página do evento na internet. "O Brasil que eu gostaria de ter é um Brasil no qual tanto a sociedade, aqui entendida como comportamentos, costumes, hábitos e valores; quanto o estado (os aparatos de gerenciamento coletivo) e os governos (as pessoas e partidos encarregados de administrar temporariamente essa máquina); tenham como alvo a igualdade de todos perante a lei, os contextos e as outras pessoas. Que a igualdade como valor possa ser o centro de uma sociedade brasileira onde o outro, o estranho, o pobre, o anônimo, seja visto não como um inferior ou um superior, mas como um igual e um companheiro de vida nas cidades e nos campos", escreveu o colunista de VEJA Roberto DaMatta.

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